Quando o assunto é tradição e melhores vinhos para comprar é comum surgir esse debate: como identificar as qualidades e diferenças entre os vinhos do Velho Mundo e vinhos do Novo Mundo?
Primeiro, é importante destacar que os principais atributos dos vinhos não têm necessariamente ligação com localização geográfica. Justamente por isso esse artigo não pretende apontar uma região melhor do que a outra.
A ideia aqui é apresentar um pouco mais sobre as particularidades marcantes dos vinhos do Novo Mundo e vinhos do Velho Mundo, para você fazer suas escolhas e diversificar na degustação da bebida mais desejada em todo o planeta.
O essencial é conhecer cada uma das regiões e terroir em que as uvas são cultivadas e assim entender como a história, cultura e as características dos povos influenciam no processo de produção e no resultado.
Origem de Novo Mundo e Velho Mundo

A origem dos termos Novo e Velho Mundo está mesclada com a própria história do vinho. Os registros apontam para origens diversas. Os cristãos atribuem a plantação do primeiro vinhedo a Noé. Enquanto que os gregos consideraram a bebida uma dádiva dos deuses.
Porém, os registros das mais antigas vinhas cultivadas no mundo foram encontrados na Geórgia, entre os anos 5 mil e 7 mil a.C.
Portanto, são classificados como vinhos do Velho Mundo os que são produzidos em países considerados como mais antigos. Como exemplo podemos citar França, Itália, Alemanha, Espanha e Portugal, todos na Europa. Assim como algumas regiões da Ásia.
Nessas regiões, os vinhos são produzidos a partir do conhecimento humano, da tradição de como plantar e colher, técnicas seculares transmitidas de geração para geração.
Isso explica o fato de as vinícolas do Velho Mundo serem administradas por famílias que vão se revezando no comando das vinhas e assumindo essa missão cultural de produzir ótimos vinhos em seus territórios.
Por essa razão, os rótulos do Velho Mundo carregam o nome da região da vinícola e não das uvas. Isso porque, para esses produtores, é importante ressaltar o lugar e não a casta.
Em contraponto, os vinhos do Novo Mundo são considerados aqueles produzidos em países mais jovens, entretanto em sua maioria, colonizados pelos europeus, que teriam transmitido os conhecimentos e técnicas para cultivo e levado para essas regiões as castas mais famosas.
É o caso da Austrália, Canadá, Uruguai, Nova Zelândia, Argentina, Chile e África do Sul, por exemplo.
Nesses locais, os primeiros registros de vinícolas datam dos anos 1400 e 1500. Por essa razão, inicialmente, muito do conhecimento sobre vinhos que se tinha nesses países foi obtido por métodos tradicionais de vinificação.
Apesar disso, as particularidades do ambiente em que são cultivadas as uvas nesses locais fizeram com que fosse necessário desenvolver novas tecnologias para se adaptarem à produção.
O que também os diferenciam é a maneira como os rótulos são estampados. Desde meados do século XX, os produtores utilizam nas garrafas os nomes das uvas e não mais a região em que ela é plantada.
Características do vinho do Velho Mundo
Entre os principais diferenciais de produção de vinho no Velho Mundo estão os métodos e técnicas tradicionais transmitidas de geração para geração, além das características peculiares do terroir do Velho Mundo. Não existe uma definição exata para a palavra de origem francesa. O significado mais simples diz respeito à união entre solo, clima e região.
As regiões do Velho Mundo em que são produzidos os exemplares mais clássicos são:
França
• Bordeaux, onde são cultivadas uvas tintas como Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot;
• Vale do Loire muito conhecido por reunir as melhores Sauvignon Blanc;
• Borgonha que protagoniza a produção de Pinot Noir e Chardonnay;
• Rhône é famosa pela uva Syrah.
Itália
• Piemonte é uma região no norte do país onde é produzida a Nebbiolo.
• Toscana com a clássica Sangiovese.
Espanha
• Rioja onde a uva protagonista é a Tempranillo.
Portugal
• Douro, na região do Porto, Touriga Nacional é a mais famosa.
• Considerada a Borgonha de Portugal, o Dão está localizado no centro norte, e é uma das mais antigas regiões do país na produção de vinhos.
Nos tradicionais países produtores há leis rígidas sobre a autenticidade e qualidade da bebida. Essas exigências ainda garantem características dos vinhos do Velho Mundo como acidez elevada, taninos macios, os vinhos são menos frutados, tem cores menos concentradas e elevada nitidez, além dos sabores intensos que permitem equilíbrio entre aromas e texturas.
Características do vinho do Novo Mundo
Já os vinhos produzidos no Novo Mundo utilizam da inovação para favorecer o cultivo dos vinhedos. Isso porque há tecnologias que são empregas desde o plantio da videira, para a realização de colheitas mecânicas, e inclusive fazer a irrigação por método industrial.
Outra diferença com o Velho Mundo é que não existem regras específicas para as vinícolas, ou seja, as práticas de vinificação são mais flexíveis, o que permite, por exemplo, atender à demanda do mercado consumidor em qualquer período do ano.
Essas particularidades fazem com que os vinhos produzidos no Novo Mundo tenham coloração intensa, teor alcoólico mais elevado, acidez reduzida, notas de carvalho evidenciadas e sabores mais frutados.
Há uma notável evolução nos vinhos do Novo Mundo, buscando a produção de vinhos mais elegantes, com maior acidez, com frutas mais discretas e madeira mais integrada.
Essa transformação é percebida principalmente nos projetos realizados em parcerias com vinícolas europeias em solos do Novo Mundo.
Um exemplo disso é a união da famosa vinícola francesa Baron Philippe de Rothschild com a chilena Concha Y Toro que originou a vinícola Almaviva e consequentemente o vinho Almaviva com sua marca tão especial, trazendo a alma do povo Mapuche (povos chilenos ancestrais) em um corte típico bordalês.
Uma curiosidade: o Chile detém boa parte da produção da uva Carménère no mundo. Isso porque, esse tipo está praticamente extinto na Europa devido a uma praga (filoxera), que ataca as raízes das videiras.
Outro exemplo é o vinho Amancaya, elaborado por uma associação de dois dos maiores nomes do mundo do vinho: Domaines Barons de Rothschild (Lafite) e Catena Zapata. Amancaya é um magnífico corte de Cabernet Sauvignon e Malbec, em um estilo elegante, bem francês. O bouquet é bastante complexo e sutil, mostrando várias nuances e aromas maduros, com carvalho muito fino, de excelente qualidade. No palato é encorpado e muito sofisticado. Um vinho de fantástica relação qualidade preço, tem recebido excelentes notas da imprensa especializada.
Como escolher: Novo Mundo ou Velho Mundo?
Ao conhecer um pouco mais sobre a história e características dos vinhos produzidos no Velho e no Novo Mundo percebemos que existem diferenças significativas. Entretanto, a preferência entre eles é muito pessoal. Ainda assim, acredita-se que é possível escolher um para cada ocasião.
A Malbec, por exemplo, é uma uva originária de Cahors, sul da França, mas se adaptou perfeitamente na Argentina. Entretanto, os rótulos produzidos nos dois lugares são completamente diferentes. O que nos mostra que o mesmo tipo de uva, de até um mesmo país, pode nos apresentar bebidas e experiências únicas.
A melhor maneira de escolher é estudar e provar. Pesquise sobre as mais diversas castas, regiões, tradições, tecnologias utilizadas e deguste cada um apreciando suas particularidades.
Gostou de saber um pouco mais sobre os vinhos do Velho e do Novo Mundo? Suas histórias e características?
Aqui na Via Vini você encontra os exemplares mais famosos e desejados dos “dois mundos”. Aprecie!
Quando o assunto é tradição e melhores vinhos para comprar é comum surgir esse debate: como identificar as qualidades e diferenças entre os vinhos do Velho Mundo e vinhos do Novo Mundo?
Primeiro, é importante destacar que os principais atributos dos vinhos não têm necessariamente ligação com localização geográfica. Justamente por isso esse artigo não pretende apontar uma região melhor do que a outra.
A ideia aqui é apresentar um pouco mais sobre as particularidades marcantes dos vinhos do Novo Mundo e vinhos do Velho Mundo, para você fazer suas escolhas e diversificar na degustação da bebida mais desejada em todo o planeta.
O essencial é conhecer cada uma das regiões e terroir em que as uvas são cultivadas e assim entender como a história, cultura e as características dos povos influenciam no processo de produção e no resultado.
Origem de Novo Mundo e Velho Mundo
A origem dos termos Novo e Velho Mundo está mesclada com a própria história do vinho. Os registros apontam para origens diversas. Os cristãos atribuem a plantação do primeiro vinhedo a Noé. Enquanto que os gregos consideraram a bebida uma dádiva dos deuses.
Porém, os registros das mais antigas vinhas cultivadas no mundo foram encontrados na Geórgia, entre os anos 5 mil e 7 mil a.C.
Portanto, são classificados como vinhos do Velho Mundo os que são produzidos em países considerados como mais antigos. Como exemplo podemos citar França, Itália, Alemanha, Espanha e Portugal, todos na Europa. Assim como algumas regiões da Ásia.
Nessas regiões, os vinhos são produzidos a partir do conhecimento humano, da tradição de como plantar e colher, técnicas seculares transmitidas de geração para geração.
Isso explica o fato de as vinícolas do Velho Mundo serem administradas por famílias que vão se revezando no comando das vinhas e assumindo essa missão cultural de produzir ótimos vinhos em seus territórios.
Por essa razão, os rótulos do Velho Mundo carregam o nome da região da vinícola e não das uvas. Isso porque, para esses produtores, é importante ressaltar o lugar e não a casta.
Em contraponto, os vinhos do Novo Mundo são considerados aqueles produzidos em países mais jovens, entretanto em sua maioria, colonizados pelos europeus, que teriam transmitido os conhecimentos e técnicas para cultivo e levado para essas regiões as castas mais famosas.
É o caso da Austrália, Canadá, Uruguai, Nova Zelândia, Argentina, Chile e África do Sul, por exemplo.
Nesses locais, os primeiros registros de vinícolas datam dos anos 1400 e 1500. Por essa razão, inicialmente, muito do conhecimento sobre vinhos que se tinha nesses países foi obtido por métodos tradicionais de vinificação.
Apesar disso, as particularidades do ambiente em que são cultivadas as uvas nesses locais fizeram com que fosse necessário desenvolver novas tecnologias para se adaptarem à produção.
O que também os diferenciam é a maneira como os rótulos são estampados. Desde meados do século XX, os produtores utilizam nas garrafas os nomes das uvas e não mais a região em que ela é plantada.
Características do vinho do Velho Mundo
Entre os principais diferenciais de produção de vinho no Velho Mundo estão os métodos e técnicas tradicionais transmitidas de geração para geração, além das características peculiares do terroir do Velho Mundo. Não existe uma definição exata para a palavra de origem francesa. O significado mais simples diz respeito à união entre solo, clima e região.
As regiões do Velho Mundo em que são produzidos os exemplares mais clássicos são:
França
• Bordeaux, onde são cultivadas uvas tintas como Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc e Petit Verdot;
• Vale do Loire muito conhecido por reunir as melhores Sauvignon Blanc;
• Borgonha que protagoniza a produção de Pinot Noir e Chardonnay;
• Rhône é famosa pela uva Syrah.
Itália
• Piemonte é uma região no norte do país onde é produzida a Nebbiolo.
• Toscana com a clássica Sangiovese.
Espanha
• Rioja onde a uva protagonista é a Tempranillo.
Portugal
• Douro, na região do Porto, Touriga Nacional é a mais famosa.
• Considerada a Borgonha de Portugal, o Dão está localizado no centro norte, e é uma das mais antigas regiões do país na produção de vinhos.
Nos tradicionais países produtores há leis rígidas sobre a autenticidade e qualidade da bebida. Essas exigências ainda garantem características dos vinhos do Velho Mundo como acidez elevada, taninos macios, os vinhos são menos frutados, tem cores menos concentradas e elevada nitidez, além dos sabores intensos que permitem equilíbrio entre aromas e texturas.
Características do vinho do Novo Mundo
Já os vinhos produzidos no Novo Mundo utilizam da inovação para favorecer o cultivo dos vinhedos. Isso porque há tecnologias que são empregas desde o plantio da videira, para a realização de colheitas mecânicas, e inclusive fazer a irrigação por método industrial.
Outra diferença com o Velho Mundo é que não existem regras específicas para as vinícolas, ou seja, as práticas de vinificação são mais flexíveis, o que permite, por exemplo, atender à demanda do mercado consumidor em qualquer período do ano.
Essas particularidades fazem com que os vinhos produzidos no Novo Mundo tenham coloração intensa, teor alcoólico mais elevado, acidez reduzida, notas de carvalho evidenciadas e sabores mais frutados.
Há uma notável evolução nos vinhos do Novo Mundo, buscando a produção de vinhos mais elegantes, com maior acidez, com frutas mais discretas e madeira mais integrada.
Essa transformação é percebida principalmente nos projetos realizados em parcerias com vinícolas europeias em solos do Novo Mundo.
Um exemplo disso é a união da famosa vinícola francesa Baron Philippe de Rothschild com a chilena Concha Y Toro que originou a vinícola Almaviva e consequentemente o vinho Almaviva com sua marca tão especial, trazendo a alma do povo Mapuche (povos chilenos ancestrais) em um corte típico bordalês.
Uma curiosidade: o Chile detém boa parte da produção da uva Carménère no mundo. Isso porque, esse tipo está praticamente extinto na Europa devido a uma praga (filoxera), que ataca as raízes das videiras.
Outro exemplo é o vinho Amancaya, elaborado por uma associação de dois dos maiores nomes do mundo do vinho: Domaines Barons de Rothschild (Lafite) e Catena Zapata. Amancaya é um magnífico corte de Cabernet Sauvignon e Malbec, em um estilo elegante, bem francês. O bouquet é bastante complexo e sutil, mostrando várias nuances e aromas maduros, com carvalho muito fino, de excelente qualidade. No palato é encorpado e muito sofisticado. Um vinho de fantástica relação qualidade preço, tem recebido excelentes notas da imprensa especializada.
Como escolher: Novo Mundo ou Velho Mundo?
Ao conhecer um pouco mais sobre a história e características dos vinhos produzidos no Velho e no Novo Mundo percebemos que existem diferenças significativas. Entretanto, a preferência entre eles é muito pessoal. Ainda assim, acredita-se que é possível escolher um para cada ocasião.
A Malbec, por exemplo, é uma uva originária de Cahors, sul da França, mas se adaptou perfeitamente na Argentina. Entretanto, os rótulos produzidos nos dois lugares são completamente diferentes. O que nos mostra que o mesmo tipo de uva, de até um mesmo país, pode nos apresentar bebidas e experiências únicas.
A melhor maneira de escolher é estudar e provar. Pesquise sobre as mais diversas castas, regiões, tradições, tecnologias utilizadas e deguste cada um apreciando suas particularidades.
Gostou de saber um pouco mais sobre os vinhos do Velho e do Novo Mundo? Suas histórias e características?
Aqui na Via Vini você encontra os exemplares mais famosos e desejados dos “dois mundos”. Aprecie!
parabéns pela boa resenha.